As Mulheres da Geração do Milênio


Elas nunca conquistaram tanto, mas sempre batalharam muito(!)

A mulher do milênio não é de nenhuma profecia ou doutrina. Ela está no trabalho diariamente exercendo cargos inimagináveis pelas suas ancestrais. Nascidas entre 1980 e 1995, essas mulheres ocupam novos espaços sociais e requerem uma nova cultural organizacional.




De acordo com a PWC, 66% das mulheres da geração do milênio ganham igual a (ou mais do que) seu parceiro ou cônjuge, e quanto mais experiente no trabalho, pois estatisticamente estudaram mais que seus colegas homens, maior a chance de ser a principal provedora da casa. No entanto, a pesquisa feita em 2015 questionava as possibilidades da liderança feminina. Na ocasião, as mulheres representavam 40% da força de trabalho, enquanto ocupavam somente 4,8% dos cargos de CEOs da Fortune 500, classificação das maiores corporações mundiais.

A falta de mulheres na liderança de empresas é uma questão recente, que aparece após a conquista de poder estudar e trabalhar fora de casa em cargos melhores, somada à desigualdade salarial. De acordo com o estudo Estatísticas de Gênero – Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, do IBGE, divulgado em março de 2018, com a população de 25 anos de idade ou mais e com ensino superior completo, as mulheres têm mais estudos que os homens. Enquanto as mulheres brancas são 23,5%, os homens brancos são 20,7%. Na população parda ou preta os números caem. As mulheres representam 10,4% e os homens 7,0%. No entanto, as mulheres recebem cerca de ¾ do que os homens recebem.

Por isso, o debate sobre a liderança feminina surge. Um estudo, feito pelo INSPER e pelo TALENSES, mostrou que apenas 8% das 339 empresas participantes do Panorama Mulher 2017 possuem uma mulher como presidente.

Esse estudo também apontou que há um maior número de mulheres nos cargos de liderança quando a presidente da empresa é uma mulher. Quanto à localização da sede mundial da empresa, tanto em cargos de vice-presidência quanto em diretorias e conselhos, a porcentagem do Brasil é menor em relação aos Estados Unidos e à Europa. Isso tudo evidencia a mudança necessária.

IGUALDADE
O Fórum Econômico Mundial, no Relatório de Desigualdade Global de Gênero, em 2016, evidenciava a disparidade entre os gêneros. Ao analisar 95 países, apontou que poderia demorar 170 anos para que existisse a remuneração igualitária na prática. No ano seguinte, um novo Relatório do Fórum mostrou que a desigualdade no trabalho aumentou após dez anos de avanço e que ela persistirá até 2234. A projeção antes de 170 aumentou para 217 anos.

O Brasil, que antes ocupava a 67ª posição no ranking do Fórum Econômico Mundial sobre igualdade entre homens e mulheres em 2006, foi para 85ª posição em 2015, subiu para 79ª em 2016, e caiu para 90ª em 2017. Os países líderes do ranking são a Islândia, a Noruega e a Finlândia.

DISRUPÇÃO
Disrupção é a interrupção do curso normal de um processo. Essa palavra tem ditado o comportamento de empresas em todo o mundo. Para eles, isso representa mudanças estruturais para alcançar novos negócios. Isso inclui robôs, inteligência artificial, drones etc. A equidade de gênero deveria ser uma das preocupações e de fato é para algumas empresas. Mas nem todos chegaram lá.

Em seu estudo, a Ernet & Young, uma das dez maiores empresas de serviços profissionais do mundo, relacionou a diversidade de gênero com a inovação. Nessa publicação salienta que “a melhor forma de desencadear a inovação é empoderar diferentes ideias de grupos diversificados de pessoas que são apoiadas por uma cultura inclusiva”.

Nessa pesquisa da E&Y, de 2015, 350 líderes C-suite, conjunto dos mais altos executivos de uma corporação, de 51 países, apresentou cinco distorções que impedem as empresas de alcançar essa diversidade. São eles:
REALIDADE: líderes consideram a questão quase resolvida, mesmo com pouco progresso na empresa. Isso também por causa da:
INSUFICIÊNCIA DE DADOS: pois não medem efetivamente o trabalho e trajetória das mulheres e se elas estão ascendendo à liderança sênior. Afinal, há uma      
OBSTRUÇÃO NO PIPELIE: uma vez que as organizações não estão criando canalizações para futuras líderes. Um dos problemas são as
DISTORÇÕES DE PERCEPÇÃO E PERSPECTIVA: homens e mulheres não veem a questão da mesma forma. Isso reflete nas
DIFERENÇAS DE PROGRESSO: setores diferentes concordam sobre o valor da diversidade, mas estão progredindo de forma desigual em relação a isso.

Dentre os participantes, 25% acham que demorará de 5-10 anos para que o número de mulheres na diretoria deles alcance de 30% a 40%; 32% acreditam que levaria de 10 a 25 anos para que isso acontecesse. Isso facilitaria se utilizassem um método de análise. No entanto, apenas 2% deles medem o impacto de diretorias com diversidade de gêneros no desempenho econômico, enquanto 70% não tem intenção nenhuma de começar.

Essa desigualdade impede que a sociedade avance e que mulheres e empresas explorem seu potencial. Há inovação, criatividade, pluralidade de ideias e representatividade social na diversidade.  As empresas assumem esse papel de integrar diferentes potenciais para produzir um melhor resultado.

Isso tudo esconde os obstáculos a que as mulheres encontram na escalada à diretoria. Pesquisas descobririam se um dos motivos da desligada dessas mulheres das empresas seria essa dificuldade de ascensão. Apenas 56% afirmaram identificar, manter e promover líderes mulheres. 18% estruturou programas formais para identificar e desenvolver mulheres para a liderança.

O problema da distorção de percepção reside no fato de que há poucas mulheres em cargos de chefia e os homens que lá estão, em boa parte, não enxergam as diferenças existentes entre homens e mulheres, o longo trajeto delas até ali, e acreditam não precisar se preocupar efetivamente com a disparidade de gênero, já que a empresa não ofereceria nenhuma barreira formal impedindo que elas alcancem as posições de liderança.

LIDERANÇA BILIONÁRIA          
Em 2015, apenas 10 mulheres – 2,8% -  estavam entre os 359 presidentes nomeados nas 2,500 maiores companhias abertas. Isso ocorreu após debates sobre a importância da igualdade e após a pesquisa sobre os resultados de conselheiras e diretoras de empresas no estudo do Peterson Institute for International Economics (PIIE), com dados de 2014, de 22 mil empresas rentáveis. Nele, comparando os resultados de empresas que não tinham mulheres em cargos de liderança e outras que tinham 30% delas, perceberam que havia um aumento de 15% na rentabilidade da empresa com a presença delas.

Outra análise, do S&P Composite 1500, observou que as empresas valem 40 milhões de dólares a mais quando há mulheres em papéis de destaque que as lideradas apenas por homens. Isso corrobora com o relatório da McKinsey & CO., que prevê um estímulo de US$ 28 trilhões na economia mundial, até 2025, por meio da igualdade de gênero.

As mulheres da geração do milênio aparecem nesse cenário. Segundo estimativas, elas representarão 25% da força de trabalho em 2020. A PwC realizou uma pesquisa on-line, em 2015, para conhecer melhor esses perfis e auxiliar as empresas a adaptarem-se para a geração que mais estudou e pretende aplicar esse poder. Os 10.105 entrevistados, dentre eles 8.756 mulheres, são de 75 países, com idades entre 20 e 35 anos.

Nela, percebe-se o engajamento dessas mulheres, já que 86% consideram a política do empregador sobre diversidade, igualdade e inclusão da força de trabalho para decidir trabalhar em uma organização. Os homens concordam massivamente, com 74%. Elas também atribuem às oportunidades de avanço de carreira o ponto crucial do emprego. Essa ponderação vem do fato de 71% delas sentirem que não há igualdade nas oportunidades.

Por fim, 97% das mulheres prezam o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho. Por isso, trabalhos flexíveis foi o terceiro ponto mais indicado como importante na escolha da empresa.

E como você utilizará os benefícios da diversidade?



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