8M: Dia Internacional da Mulher

 O Dia Internacional da Mulher é comemorado no dia 8 de março. Embora tenha sido criado pela ONU em 1977, essa data já era celebrada décadas antes por movimentos pelo direito das mulheres.

Mas qual a necessidade de uma data como essa? Vamos ver a seguir a importância de ter uma data fixa para debater sobre o passado, o presente e o futuro das mulheres.

 

 

8 de março dia internacional da mulher




Por que Dia das Mulheres? Por que 8 de março?


O trágico incêndio em uma fábrica de Nova Iorque em 1911 foi um dos eventos que inspiraram a oficialização da data. As trabalhadoras reivindicavam melhores condições de trabalho e o direito ao voto até que 129 delas morreram no acidente.

Poucos anos depois, em 1917, outro fato marcou o 8 de março na Rússia: milhares de russas realizaram uma passeata pelos direitos das mulheres. Acontecia a Primeira Guerra Mundial e elas estavam insatisfeitas com a forma que eram tratadas cotidianamente. O ato continuou reunindo mulheres nos anos seguintes.

A data foi reconhecida pela ONU apenas nos anos 70, mas já havia ficado claro que se tratava de um movimento político e relacionado à causa trabalhadora desde a sua raiz.


Igualdade de Gênero no Brasil


As mulheres lutaram por muito tempo para terem acesso a direitos básicos. Abaixo estão algumas conquistas importantes das brasileiras. Essas datas evidenciam o quão atual e necessária é a luta pela equidade.

  • Direito ao voto: no Brasil, as mulheres puderam se manifestar politicamente por meio do voto apenas em 1932.
  • Direito ao trabalho: até 1962, as brasileiras precisavam pedir permissão ao marido se quisessem um emprego fora do lar. Nesse ano foi criado o Estatuto da Mulher Casada substituindo o Código Civil de 1916. Porém, apenas com a Constituição de 1988 a mulher foi realmente vista como um igual ao homem perante a lei.
  • A criação da Lei Maria da Penha em 2006: a ONU considera essa a terceira melhor lei do mundo. Ela serviu para endurecer penas relacionadas à violência contra a mulher.
  • A aprovação da Lei do Feminicídio em 2015: ela tornou hediondo o assassinato de mulher por driscriminação de gênero, fazendo com que as penas sejam mais duras em casos assim.



Desafios da Mulher no Mercado de Trabalho


As mulheres estão em 38% dos cargos de liderança no Brasil, segundo o estudo da Grant Thornton divulgado em 2022. No cargo de CEO, 35% dos postos são ocupados por elas. Houve um aumento nos últimos anos, mas o número não se iguala com a porcentagem dos homens.

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, desenvolveu um novo indicador, o Jobs Gap, que identifica as pessoas sem trabalho à procura de um emprego. Os dados obtidos dessa forma foram mais alarmantes do que os levantamentos de taxas de desemprego mais comumente utilizados.

De acordo com o “New data shine light on gender gaps in the labour market” (Novos dados iluminam as diferenças de gênero no mercado de trabalho, em tradução livre), 15% das mulheres desempregadas gostariam de trabalhar, contra 10,5% dos homens. Esse número de mulheres chega a 24,9% em países em desenvolvimento.

As responsabilidades pessoais e familiares estão entre os obstáculos para a obtenção de um emprego. Em comparação ao homem, por exemplo, é mais provável que as mulheres se comprometam com as tarefas domésticas em vez de trabalhar por conta própria do que eles.

Esses fatores afetam a renda das mulheres. Analisando a população com emprego, a cada dólar que os homens ganham, em média global, as mulheres recebem 51 centavos. Esse valor varia se o país for de renda baixa ou alta.

As estimativas ilustradas por essas pesquisas evidenciam a importância de melhorar a participação da mulher no mercado de trabalho, levando em consideração a qualidade dos cargos e a equidade da renda.


Perspectivas para a Paridade de Gênero


A ONU Mulheres calcula que serão necessários mais 300 anos para atingir a igualdade de gênero. A Organização Internacional do Trabalho, agência relacionada à ONU, apontou que a desigualdade de gênero é maior do que se acreditava anteriormente e ela se manteve praticamente imutável por duas décadas.

Iniciativas globais são importantes para a transformação desse cenário. O compromisso firmado pela ONU Mulheres com mais de 90 países em apoio à Agenda 2030 para a paridade de gênero é um deles.

A ONU possui também a Comissão sobre o Estatuto da Mulher. Anualmente, mulheres do mundo inteiro se reúnem para debater sobre igualdade de gênero e empoderamento feminino. A 67ª Sessão da Comissão já está acontecendo.

 


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