Dia Internacional da Tradução: conheça a data e dicas de como escolher uma boa tradução de livros
A tradução de livros permite a divulgação da obra e o acesso de milhões de leitores ao redor do mundo
O Dia Internacional da Tradução é comemorado no dia 30 de setembro desde 1992. A data foi escolhida pela Federação Internacional de Tradutores (FIT) em homenagem a São Jerônimo, patrono dos tradutores e responsável pela tradução da Bíblia do grego e do hebraico para o latim.
A atuação de São Jerônimo demonstra a responsabilidade que o tradutor de livros possui: tornar os textos acessíveis a diferentes populações. Assim, veremos na postagem o impacto desse trabalho e também dicas para uma boa escolha na tradução de livros.
O que faz um tradutor de livros
Embora vivamos em um mundo globalizado, diferente do patrono dos tradutores, que viveu até 420 d.C, a linguagem é uma barreira para o consumo de obras literárias. Apesar de ser possível se tornar poliglota sem sair de casa, essas pessoas podem desejar consumir um material em uma língua não estudada.
Além disso, existem outros indivíduos que não possuem proficiência em nenhum idioma. Apenas 1% dos brasileiros fala inglês fluentemente, segundo a British Council, instituição cultural de promoção da cultura inglesa criada pelo governo do Reino Unido. O Brasil está na 60ª posição do ranking global.
Assim, o tradutor de livros converte um material de dado idioma para outro. Podem ser livros, filmes, documentos, etc. Dessa forma, o profissional colabora com as áreas literária, acadêmica, editorial, jurídica, entre outras.
Importância do tradutor de livros
Para executar corretamente essa tarefa, além de ter domínio na estrutura dos idiomas trabalhados, o tradutor de livros precisa conhecer a cultura e os costumes de ambos os países. Entre as contribuições desse profissional estão:
Compreensão de termos técnicos
O tradutor de livros é um profundo conhecedor dos idiomas que realiza a tradução. Isso garante que termos técnicos dos segmentos em que atua sejam bem compreendidos por quem lê a tradução. Considerando documentos jurídicos, os erros na tradução podem levar a desdobramentos prejudiciais de todo tipo.
No processo da tradução, participam outros especialistas para garantir que problemas como esse aconteçam. O revisor é um deles. O material traduzido é analisado na revisão para checar informações e compará-lo ao original.
Adaptar expressões para correspondentes compreensíveis no idioma
A língua é viva, o que significa que cada país utiliza um mesmo idioma de formas diferentes e, mesmo dentro de um território, algumas palavras são substituídas de acordo com a época. Um termo em inglês para um americano pode ser completamente diferente para um australiano. Uma palavra escolhida pelo autor em 1700 pode ter caído em desuso.
Assim, a tradução de livros deve considerar os costumes e usos do país de origem da mesma forma que deve escolher a palavra que melhor o traduza no idioma que será publicada a tradução, possibilitando a compreensão do leitor. Notas de rodapé podem ser inseridas para justificar as escolhas.
Advérbios e dizeres populares são exemplos disso. As expressões mudam de país para país, ainda que o sentido seja o mesmo. Saber o que deve ser traduzido literalmente e o que deve ser adaptado de acordo com a cultura dos países é parte do trabalho do tradutor de livros.
Se o tradutor de livros traduzir de forma literal a expressão francesa “petit à petit, l'oiseau fait son nid” para “pouco a pouco o pássaro faz seu ninho”, alguns brasileiros podem interpretar corretamente que a frase possui o mesmo sentido que “de grão em grão a galinha enche o papo”, mas outros não.
Acessibilidade e divulgação da obra
Como a linguagem é uma barreira no consumo das obras, o tradutor de livros trabalha para tornar os textos acessíveis e mais conhecidos. Dessa forma, além de colaborar com o leitor, ele também ajuda na divulgação de obras que, se não fossem traduzidas, boa parte da população mundial não as consumiria.
Curiosidade: a Bíblia é o livro mais traduzido no mundo. Considerando os livros literários, os três primeiros lugares ficam para “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint Exupéry, “As Aventuras de Pinóquio”, de Carlo Collodi, e “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll, respectivamente.
Como escolher uma boa tradução de livros
É importante saber que a tradução de livros pode ser feita de formas diferentes. Além da possibilidade de tradução literal ou contextual, ou seja, respeitar e manter a tradução o mais próxima possível do original ou adaptar de acordo com o público-alvo, também existem níveis diferentes de interferências no texto.
A intervenção do tradutor de livros pode ser limitada ou ampliada. Nos casos em que a interferência é maior, o profissional tem a permissão para atualizar a obra ou torná-la mais acessível a um público específico, como os adolescentes. Por exemplo, existe “Dom Quixote” em uma versão reduzida em poucas páginas, apesar de a obra contar com centenas de páginas.
Também existem traduções que partem de uma obra já traduzida em outro idioma. Por exemplo, considerando as obras de Tolstoi, temos traduções feitas para o português diretamente do russo e outras a partir de uma tradução feita em inglês. O nível de similaridade com o original será diferente.
Não existe problema entre as maneiras diferentes de tradução. Porém, a escolha de uma leitura está comumente associada ao desejo de mergulhar nas ideias e pensamentos do autor, que serão mais fiéis dependendo desse processo. Assim, entre as dicas para escolher uma boa tradução de livro estão:
- prefira traduções direto do original se deseja garantir uma maior fidelizada com a escrita do autor;
- evite livros adaptados para não perder passagens do original, exceto se considerar a escolha adequada para o nível de compreensão do leitor;
- pesquise não apenas sobre o autor na internet antes da compra do livro, mas sobre o tradutor e a editora também;
- escolha traduções integrais, caso prefira o contato mais fiel possível com as ideias do autor, em vez de atualizações de linguagem.
Ainda que seja prazeroso ler um livro direto do original, escolher uma boa tradução de livros também é um jeito prazeroso de consumir essas histórias. Com escolhas de palavras que interpretam e traduzem os sentidos pretendidos pelo autor, o tradutor de livros garante a sensação de imersão para quem não conhece o idioma traduzido.
No mais, privilegie suas próprias preferências e possibilidades, considerando os valores diferentes de cada editora. Aproveito para pedir que compartilhe com a gente suas experiências e dicas para escolher uma boa tradução de livro.
Vejo você no próximo post!
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