Liderança Feminina é Desafio no Mercado de Trabalho
Renova o ano, renova a década. O desafio que as mulheres encontram no mercado de trabalho continua sendo o mesmo: a desigualdade. Mulheres em cargos de liderança representa um desafio ainda maior no mercado de trabalho.
Desigualdade, Maternidade e Dupla Jornada
Um dos principais fatores que fazem a mulher se afastar do trabalho ou cumprir uma jornada menor é a dupla jornada. De acordo com o relatório da OIT, elas desempenham 80% das tarefas do lar, e a divisão das tarefas domésticas impulsionaria a mulher no mercado de trabalho.
O modelo de corporação mundial segue a ideia baseada na vida do homem, uma vez que, enquanto eles já possuíam uma ocupação para a sobrevivência ou planejavam sua carreira, a mulher estava em casa cuidando do lar e dos filhos.
Por isso, o assédio e a maternidade representam um desafio na vida da mulher. De acordo com um levantamento realizado em 2018, com 2,3 mil pessoas, 30% das mulheres deixam o mercado de trabalho por causa dos filhos, enquanto apenas 7% dos homens fazem o mesmo.
Entre as mães que continuam a trabalhar, 48% relatam problemas ao se ausentarem do trabalho porque o filho passou mal. Entre outras dificuldades, estão chegar mais tarde por causa de reunião escolar, 24%; atraso por exaustão, 10%; ter que levar o filho ao trabalho, 10%; atraso pela rotina, 8%.
Além disso, 20% são demitidas quando voltam da licença maternidade. A parte que não sofre com a demissão, sofre com comentários desagradáveis, são subestimadas e são excluídas de projetos.
A maternidade impacta a vida das mulheres antes mesmo de engravidar ou de conseguir um emprego. Vagas.com relatou que quase 71% das entrevistadas foram questionadas se já possuem filhos ou planejam tê-los durante processos seletivos.
Assédio
As piadas e comentários desagradáveis apontados acima acerca da maternidade são uma forma de assédio. Ainda assim, há outras formas e o número de denúncias aumenta. Cerca de 34% das mulheres já sofreram com assédio sexual conforme dados da Talenses. Os homens representam 12%.
Uma pesquisa realizada pela ICTS para VOCÊ S/A aponta o aumento de 146% de denúncias mundiais entre 2016 a 2018. No Brasil, a lei de proteção contra o assédio foi criada em 2001. A pena é de um a dois anos de prisão.
Salários e formação escolar
Segundo o estudo “Mulheres no mundo do trabalho: desafios pendentes para uma equidade efetiva na América Latina e no Caribe”, desenvolvida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres ganham 17% a menos por horas trabalhadas que os homens na América Latina.
No Brasil, as mulheres recebem salário médio de R$ 2.050 por mês em 2018, o correspondente a 79,5% do rendimento do trabalho dos homens (R$ 2.579) segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esses dados são ainda mais alarmantes devido ao fato de que as mulheres são mais estudadas e preparadas para os cargos do que os homens. Elas, inclusive, são maioria nos cursos de graduação.
Liderança Feminina
Após enfrentar todos os obstáculos da desigualdade, dupla jornada, maternidade, salário, assédio e formação acadêmica, a liderança parece um pódium muito longe, muito alto.
O Fórum Econômico Mundial divulgou em dezembro de 2019 que o Brasil tem apenas 20% das empresas com mulheres em cargos elevados de gestão. No relatório, o Brasil aparece na 92ª posição global em relação à desigualdade de gênero; em 2018, havia ficado 3 posições abaixo.
Entre os países da América Latina e Caribe, o Brasil ficou na 22ª posição, na frente apenas do Paraguai, Belize e Guatemala.
A estimativa é de que levará mais de 59 anos para alcançar a igualdade.
A estimativa é de que levará mais de 59 anos para alcançar a igualdade.
Porém, essa estimativa pode aumentar. No levantamento de 2018, o Fórum havia apontado 202 anos para chegar à igualdade mundial. No último, aumentou para 257 anos.
O estacionamento também ocorreu na taxa de ocupação das brasileiras. Nos últimos 50 anos, especialmente entre 1960 e 1990, os números aumentaram para desaceleraram a partir da década de 90. De acordo com o IBGE, apenas 16,5% das mulheres tinham uma ocupação formal; em 1992, 43,4%. Desde então, até 2009, aumentou pouco para 46,8%.
“Políticas ativas de emprego são necessárias para apoiar a inserção das mulheres no mercado de trabalho, assim como serviços de informação e de orientação que contemplem as necessidades específicas das mulheres, programas de capacitação e de formação para melhorar a sua empregabilidade, e programas específicos para atender, principalmente, às necessidades de mulheres afetadas pela desigualdade (migrantes, jovens, mulheres rurais e trabalhadoras agrícolas)”, disse o economista regional da OIT, Hugo Ñopo em resposta à aos dados de 2018.
Hoje, já se sabe dos fatores positivos da liderança feminina. Pesquisas já apontam o rendimento econômico das empresas superior às suas concorrentes.
Você já passou por algum desses problemas citados? Conhece alguma líder mulher que te inspira? Compartilha com a gente nos comentários. Não esquece de compartilhar para conscientizar mais pessoas.
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