Escritoras que Marcaram Época

 Anônimo, por muito tempo na literatura, foi uma mulher como bem pontuou Virginia Woolf. Ela se referia às escritoras que não assinavam suas obras com seu próprio nome para evitar críticas, retaliações ou má repercussão da obra simplesmente por ter sido escrita por uma mulher.

Woolf escreveu isso no século XX, mas esse tipo de atitude não cessou nessa época. J.K. Rowling, escritora de Harry Potter, optou por fazer o mesmo quando publicou o primeiro livro da saga em 1997.

Hoje falaremos sobre quatro escritoras que marcaram época. Devido a esses preconceitos ainda persistentes, as mulheres que publicam nos tempos atuais também estão deixando o seu legado para o futuro. Porém, vamos nos ater àquelas que o fizeram no passado.

Escritoras que Marcaram Época

Jane Austen

Jane Austen é uma das maiores escritoras inglesas de todos os tempos. Nascida em 1775, em Steventon, publicou romances como “Orgulho e Preconceito” e “Razão e Sensibilidade” de forma anônima porque as mulheres não eram respeitadas pela capacidade intelectual. Somente após sua morte, em 1817, foi divulgada a sua autoria.

Os temas de sua obra giram em torno do amor, do casamento, do comportamento social. Não há idealizações e retratam comportamentos e preconceitos da época, como a dependência financeira que as mulheres tinham dos homens. Para isso, adotou o uso de ironias e sarcasmos para criticar a hipocrisia da época.

Jane Austen esteve à frente do seu tempo desde sua formação. O pai a incentivava a estudar, assim como aos outros irmãos, sem a crença antiga de que as mulheres não precisavam de estudos e sim de casamento. A propósito, ele enviou uma de suas primeiras obras a uma editora, que a recusou.

Assim, o legado de Jane Austen não se resume apenas à qualidade indiscutível de suas obras, mas também por sua representatividade intelectual em uma sociedade machista e pela criação de personagens femininas fortes e determinadas.

Mary Shelley

Mary Shelley não é tão conhecida por seu nome quanto por sua criatura: Frankenstein. Ela o escreveu quando tinha apenas 19 anos como um desafio de seus colegas. A crítica duvidou de sua autoria, pois acreditaram que uma mulher dessa idade não poderia produzir tal obra.

Nascida em Londres em 1797, ela também foi incentivada por seu pai a estudar e a seguir suas ideias políticas liberais. Além disso, ela é filha de Mary Wollstonecraft, importante escritora feminista.

Sua obra Frankenstein, publicada em 1818, está entre os marcos iniciais da ficção científica da história. O seu legado continuou inspirando criações e inúmeras adaptações de sua história para o cinema.

Mary Wollstonecraft

Mary Wollstonecraft é reconhecida atualmente como uma das maiores influências para os movimentos feministas. Porém, a escritora, filósofa e defensora dos direitos das mulheres não foi tão bem prestigiada na sua época.

Nascida em 1959, Mary produziu várias obras literárias, sendo “ Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher”, publicado em 1792, a mais famosa. Nele, ela debatia as ideias de inferioridade atribuída às mulheres com o argumento que era a falta de educação formal que criava essa ideia. Portanto, deveria haver igualdade entre homens e mulheres.

A autora morreu jovem aos 38 anos cerca de 10 dias depois do nascimento de Mary Shelley. Porém, suas ideias consideradas inoportunas à época foram enaltecidas pelas feministas na virada do século XX e até hoje ressoam sobre a importância da igualdade e sobre questionamentos como  sobre a noção de feminilidade.

Júlia Lopes de Almeida

A presença da brasileira Júlia Lopes de Almeida nessa lista é essencial. Nascida no Rio de Janeiro em 1862, coleciona diversas habilidades e reconhecimentos: foi escritora, teatróloga, cronista, abolicionista e uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ainda assim, pouco se fala sobre ela nas escolas e até poucos anos não se costumava falar sobre ela na internet.

Entre os seus romances mais conhecidos estão “A viúva Simões” e “A falência”, publicadas em 1897 e 1901 respectivamente. Além de contribuir em jornais, ela também é pioneira na literatura infantil brasileira, tendo publicado “Contos Infantis” em 1886.

Júlia esteve entre os intelectuais planejadores da ABL. Seu nome estava na primeira lista dos 40 imortais, como são chamados os participantes da Academia, mas foi excluído ainda na primeira reunião. No seu lugar entrou seu marido Filinto de Almeida.

Essa decisão foi tomada pelos fundadores brasileiros. Inspirados pela Academia Francesa que era composta exclusivamente por homens, escolheram fazer o mesmo. O veto às mulheres durou de 1897 até 1977, ano em que Rachel de Queiroz foi eleita para a cadeira nº5.



Já leu essas autoras? Concorda que elas marcaram época e deixaram seu legado até hoje? Deixe nos comentários suas impressões que vou adorar lê-las. Te encontro no próximo post! Até lá.

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